As cerimônias de formaturas do Granbery realizadas no Salão Lindenberg, mais conhecido como Salão Nobre, hoje desativado, eram um acontecimento marcante para os formandos, suas famílias, reitores, professores funcionários, amigos e também para a população da cidade.
Os oradores das turmas dos cursos Ginasial, Científico e Técnico de Contabilidade apresentavam seus discursos, bem como os paraninfos. No ato da entrega dos diplomas os formandos ganhavam uma Bíblia. O público acompanhava o evento aplaudindo com respeito e emoção.
Eram instantes de reconhecimento pela vitoria conquistada e gratidão aos que ajudaram a consegui-la. Ao término da cerimônia, todos desciam vagarosamente a escadaria principal, com degraus de madeira, que dava acesso ao corredor para saída do colégio.
Numa dessas solenidades, um incidente inusitado ocorreu no segundo lance da escadaria. De repente, ouviu-se um burburinho vindo de um pequeno grupo de formandos que, de braços erguidos, mostravam a Bíblia que acabavam de receber como lembrança do Colégio e nela estava a frase escrita por Mr. Moore: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro”. Provérbios 22:1.
Na mesma hora os convidados ficaram em silêncio sem entender o alarido provocado pelos formandos. Para espanto geral, alem de erguer as Bíblias eles rasgavam Suas páginas e as jogavam para o alto, numa atitude acintosa e incompreensível para os que presenciavam a estranha zombaria.
Até hoje, quando me recordo daquela afronta estudantil, não consigo entender por que, justamente no final de uma comemoração tão importante, a Bíblia, que era o livro citado nas assembléias e servia de inspiração para muitos, estava sendo objeto de deboche nas palavras e gestos daqueles jovens que estavam se despedindo.
Não sei que caminho tomaram aqueles provocadores ... Mas certamente eles não devem ter entendido a mensagem deixada por Mister Moore.
Cláudia Romano de Sant'Anna
Presidente do Setor Rio da Associação dos Granberyenses (texto publicado no Granberyense Rio, ano 11, nº 44, julho-setembro 2010)
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