sexta-feira, 24 de setembro de 2010

No dia da árvore, 21 de setembro de 2010

Minha querida EROVRA,

Deus te guarde.
Sonhei contigo, sonho tenebroso, daqueles que fazem a gente acordar molhado, suando frio e indagando por que razão existimos. Na verdade não sonhei, “pesadelei” feio, até porque não se pode “pesadelar” bonito.
Sonhei que fui ao Granbery te visitar e me informaram que fostes para o Oriente Médio, onde desfilavas altaneira ao lado de milenares oliveiras e que esqueceste de tuas origens granberyenses, para nós tão caras, até pelos momentos que vivemos à tua sombra no internato.
Indaguei-te em pesadelo:
- Por que nos deixaste e por que nos abandonaste neste momento tão difícil, em que sofremos perdas doídas?
- Não sabes, por acaso, que ultimamente andamos perdendo tantos companheiros: Nilo, Paulo Henriques, Papinha, Agenor, Gotardelo, Odilon, Moacir, Rosinha e muitos mais?
Considero egoísmo de tua parte nos abandonar deste jeito e nos deixar tão sozinhos diante de tão fortes vendavais que sofremos e em que nossas tradições e sonhos parecem fugir.
Sabes o quanto te amamos e que és nossa viva gamação. Cuidamos de ti, sofremos com as ameaças pelas quais passaste e ao teu lado nos postamos firmemente. Por que nos abandonaste? Estamos, eu e muitos granberyenses do internato, tristes e poucos esperançosos de ver-te novamente plantada no coração de nosso Gigante Branco.
Em pesadelo, ainda te falei: reconheço que já estou te fatigando em demasia, mas até agora me ative somente às perdas, que vou chamar sentimentais, aquelas que brotam da alma, vazam o coração e nos ferem de modo pessoal.
Precisamos de ti também para nos ajudar a entender e conversar com os tecnocratas, paladinos da eficácia e da competência capitalistas, que priorizam o ter, o possuir e desprezam o ser e o princípio da doação e uma melhor visão planetária.
Sonhando, insisti contigo.
- Volta logo, ocupa teu espaço. Com tua suave sombra podes nos passar a confortadora ilusão de que, tanto nosso Granbery quanto outras escolas Metodistas, podem reservar espaço para a fraternidade, para o aconchego e para a criação de uma condição de carinho, de amor, em que, além dos conteúdos e da erudição, nosso convívio se faça com gente que sonha, sofre e luta por um mundo melhor.
- Volta! És uma espécie em extinção e sem árvores generosas como tu, apesar do aquecimento solar, nosso planeta se torna gélido.
Acordei e sentir-te muito perto e continuei pensando em ti.
Tive vontade de pedir-te desculpas pelo involuntário pesadelo, mas tu não estavas ali para me ouvir e pus-me a cismar.
Neste tempo de obsessão pelo produtivismo acadêmico e também com esta loucura atrás de custo-benefício, da busca do que chamam eficácia e competência sem se definir o que é isso, da adoção do princípio de troca – “da lá, toma cá” - gente como tu precisa ser cuidadosamente preservada em nossas instituições.
Guardo em minha memória que nosso “Gigante Branco” não era, e creio que ainda não é, muito afeito a essas teorias loucas e que vivia o sistema de doação que historicamente marcou sua trajetória para o futuro.
Despeço-me, minha cara Erovra, mas preciso ser muito enfático e dizer:
- Tu és símbolo confortador, testemunho de um tempo em que a preocupação eram as manifestações de amor, de carinho e de solidariedade.
Não quero pensar em ti eficaz e competente, mas quero ver-te amante e sentir tua sombra a nos proteger e tuas folhas caindo sobre nossas cabeças como se fossem pétalas de rosas.
Podes compreender agora a dor de meu pesadelo?
Nós te amamos muito e egoisticamente te queremos só para nós. Qualquer agressão, se algum dia vieres a sofrer, será violência cometida contra a Família Granberyense de todos os tempos.
Que ninguém ouse te fazer sofrer.


Meu abraço granberyense.

Homenagem de Elias Boaventura à árvore do Granbery.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Comemorações dos 15 anos do Setor Sudeste Paulista

As comemorações dos 15 anos do Setor Sudeste Paulista foram momentos de grande alegria e confraternização.
No dia 6 de agosto, à noite, Elias e Sylvana ofereceram aos granberyenses uma bela recepção e jantar em sua residência. Foi um momento mágico para todos os que lá estiveram. O friozinho da noite foi compensado pelo calor da união e amizade - dominantes no meio granberyense - e pelo delicioso jantar. Quase no final, os granberyenses e amigos presentes cantaram o Hino Granberyense, momento que não pode faltar em nenhum evento do grupo.




A sessão solene comemorativa começou às 9h da manhã do dia 7, no Salão Nobre da UNIMEP.

Foi um encontro muito significativo, iniciado com uma Celebração de Ação de Graças, dirigida pelo Bispo Josué Adam Lazier (coordenador da Pastoral do IEP) e que contou ainda com a participação do Rev. Messias Valverde (coordenador da Pastoral do Granbery).


A seguir foi formada a mesa para a instalação da Assembléia Granberyense: Almir de Souza Maia (presidente do Setor), Maria Helena Terror (vice-presidente da ANG), Elias Boaventura (1º presidente do Setor), Arsênio Firmino de Novaes Neto (2º presidente do Setor), Clovis Pinto de Castro (reitor da UNIMEP), Roberto Pontes da Fonseca (reitor do Granbery), Cláudia Romano (presidente do Setor Rio) e Luis de Souza Cardoso (representante do COGEIME).


Usaram a palavra o presidente do Setor Sudeste Paulista, o reitor da UNIMEP, o reitor do Instituto Granbery e a vice-presidente da Associação Nacional. O presidente do Setor homenageou a Associação Nacional, os ex-presidentes e os reitores presentes, entregando-lhes a placa comemorativa dos 15 anos.


A Associação Nacional entregou o certificado do Jubileu de Ouro de Formatura em Contabilidade aos granberyenses Benjamim Garcia de Matos e Edmar Torres Alves. Os dois granberyenses receberam, junto com Miriam Ribeiro Torres Alves, o "G de Ouro". Foi conferido o "Título de Granberyense Honoris Causa" à Profª Irene Macêdo Jardim.



Terminada a Assembléia, o Prof. Dr. Almir Linhares de Faria proferiu conferência sobre a Humanização e educação diante de alguns aspectos da cultura contemporânea. O conferencista foi apresentado pela granberyense Susana Maia.

Encerrando as atividades do período da manhã, houve o lançamento do livro Pela autonomia universitária – Crônicas da luta na UNIMEP – 2006/2009, do granberyense Prof. Dr. Elias Boaventura, que foi apresentado pelo Dr. Valdemar Sguissardi.


Em seguida os participantes se dirigiram ao Centro Cultural "Martha Watts" onde foi realizada exposição, com objetos e documentos da "Associação dos Granberyenses e a sessão de autógrafos do livro de Elias Boaventura, seguido de Almoço de Confraternização" no pátio do Colégio Piracicabano.


O encerramento das comemorações se deu com o cântico do "Hino Granberyense". Foi uma confraternização inesquecível, pois "em qualquer lugar do mundo, quando um granberyense encontra outro é só celebração e saudade".

Mais notícias sobre as comemorações no Blog do Pastor Paulo Dias Nogueira. Link:
http://paulodiasnogueira.blogspot.com/2010/08/participei-celebracao-de-15-anos.html

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Significado e importância do espírito granberyense

Foi o Dr. ]ohn Williams Tarboux, antigo diretor do Granbery, quem criou a expressão espírito granberyense.
Não podemos falar em espírito granberyense sem mencionar o que significa “ser granberyense”, como não podemos dizer ser granberyense sem falar em espírito granberyense. São dois conceitos que se completam e se interpenetram.Ser granberyense, no dizer de um ex-aluno, é um estado de espírito, uma visão mais ampla das coisas e da vida, principalmente do relacionamento humano.
Espírito granberyens" é a somatória da vivência no Granbery, mais o ideal e o compromisso com a verdade e perfeição. Essas duas virtudes se constituem na base da educação neste amado colégio.
O espírito granberyense se concretiza à medida que nós, granberyenses, crescemos na busca do constante aperfeiçoamento. Nesse sentido, vale lembrar o dito de Horacio, no símbolo do Granbery “cresce imperceptivelmente através dos tempos, como cresce a árvore”.
A partir dessas afirmações é que pretendo refletir sobre o significado e a importância do espírito granberyense. Intimamente relacionado com a proposta “verdade e perfeição”, o espírito granberyense é, certamente, um alvo para a vida, algo vivido e que nos foi transmitido no dia a dia de convívio com o Granbery, no jornadear dos dias escolares; na firmeza das convicções que nos foram passadas por professores e funcionários da escola.
Foram situações, desafios, exemplos dos mestres, que ficaram sedimentados na vida de jovens que, de geração em geração, passaram pelos corredores, salas de aula, assembléias no salão nobre, quadras de esporte, e que viram crescer a antiga árvore, espalhando galhos e galhos sobre os pátios.
Gerações têm sido marcadas pelos sábios bíblicos:

[...] finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe,seja isto que ocupe o vosso pensamento.
[...] E seja o vosso falar sim, sim e não, não.
[...] Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
[...] mais vale o bom nome do que muitas riquezas.

Poderíamos ficar aqui citando centenas de outros trechos que serviram de lema para os nossos educadores e que marcaram a vida de milhares de granberyenses, aqui no Brasil e fora dele... Não raro recebemos notícias de granberyenses, saudosos, que de muito longe escreveram, reafirmando o valor daquilo que o Granbery lhes transmitiu e que agora testemunham nas suas vidas!
Onde reside a importância do espírito granberyense? A resposta é fácil para nós que encontramos e acertamos esse lema como proposta de vida! Sua importância está no fato de que nós buscamos e vivenciamos a cada dia o ideal, ainda que, para a maioria de nós, a busca pela verdade e perfeição se constitua num grande desafio! Ainda que não consigamos atingi-lo na sua plenitude, vamos caminhando em direção a ele!
Finalmente, espírito granberyense não é a saudade, nem tampouco a vontade de que o tempo voltasse quando retornarmos a ]uiz de Fora. É aquela marca que tem permanecido em muitas gerações, encorajando homens na luta por uma sociedade mais justa, verdadeira e próxima de perfeição cristã.
Que neste “III Encontro Mister Moore” possamos fortalecer esse espírito granberyense, que nos une e louvarmos a Deus pela existência do Granbery.

Almir de Souza Maia, 1985
Texto publicado originalmente na Revista Granberyense (nº 19, 1985)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bíblias rasgadas

As cerimônias de formaturas do Granbery realizadas no Salão Lindenberg, mais conhecido como Salão Nobre, hoje desativado, eram um acontecimento marcante para os formandos, suas famílias, reitores, professores funcionários, amigos e também para a população da cidade.
Os oradores das turmas dos cursos Ginasial, Científico e Técnico de Contabilidade apresentavam seus discursos, bem como os paraninfos. No ato da entrega dos diplomas os formandos ganhavam uma Bíblia. O público acompanhava o evento aplaudindo com respeito e emoção.
Eram instantes de reconhecimento pela vitoria conquistada e gratidão aos que ajudaram a consegui-la. Ao término da cerimônia, todos desciam vagarosamente a escadaria principal, com degraus de madeira, que dava acesso ao corredor para saída do colégio.
Numa dessas solenidades, um incidente inusitado ocorreu no segundo lance da escadaria. De repente, ouviu-se um burburinho vindo de um pequeno grupo de formandos que, de braços erguidos, mostravam a Bíblia que acabavam de receber como lembrança do Colégio e nela estava a frase escrita por Mr. Moore: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro”. Provérbios 22:1.
Na mesma hora os convidados ficaram em silêncio sem entender o alarido provocado pelos formandos. Para espanto geral, alem de erguer as Bíblias eles rasgavam Suas páginas e as jogavam para o alto, numa atitude acintosa e incompreensível para os que presenciavam a estranha zombaria.
Até hoje, quando me recordo daquela afronta estudantil, não consigo entender por que, justamente no final de uma comemoração tão importante, a Bíblia, que era o livro citado nas assembléias e servia de inspiração para muitos, estava sendo objeto de deboche nas palavras e gestos daqueles jovens que estavam se despedindo.
Não sei que caminho tomaram aqueles provocadores ... Mas certamente eles não devem ter entendido a mensagem deixada por Mister Moore.

Cláudia Romano de Sant'Anna
Presidente do Setor Rio da Associação dos Granberyenses (texto publicado no Granberyense Rio, ano 11, nº 44, julho-setembro 2010)

Encontro dos Puritanos no Bennett em 28 de agosto

A idéia de reunir os puritanos que estudaram no Granbery foi bem aceita. Muitos foram localizados e enviaram nomes e endereços dos colegas. Um bom número deles deverá comparecer ao encontro do Setor Rio, dia 28 de agosto de 2010. Na foto, de 1959, enviada por Geazer Vargas, alguns foram identificados: (1ª fila) Jairo, Ricardo Bonfim, Uriel Teixeira, José Pereira; (2ª fila) Samuel, Derli, João Maria, Geazer Vargas, Ailton; (3ª fila) Ronaldo Sathler, Walter B. Geraldo, Benjamim G. Matos e Elias Boaventura.  

Notícia publicada no Granberyense Rio (Ano 11, nº 44, julho/setembro 2010)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Alegria e participação no I Encontro Nacional de 2010


O Encontro foi muito bem organizado e fez brilhar mais forte "a chama granberyense". Está de pararbéns o Presidente da Academia Granberyense de Letras, Artes e Ciências pela Sessão do dia 29. A temática escolhida - O Granbery e Juiz de Fora: política, humana, educação, economia, arquitetura e urbanismo - proporcionou momentos de aprendizado para todos os Acadêmicos e participantes, enfatizando a presença marcante do Granbery na história da Manchester Mineira.


O almoço, muitíssimo saboroso, aconteceu em um clima de alegria e união dos granberyenses. A bela decoração da sala - nas cores do Granbery - contribuiu para um ambiente acolhedor e fraterno.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

I Encontro Nacional dos Granberyenses 2010

O presidente do Setor Sudeste, Almir Maia, estará participando do Encontro Nacional no dia 29 de maio em Juiz de Fora. Posteriormente daremos mais informações sobre  os acontecimentos daquele dia.

Reunião da Diretoria do Setor Sudeste Paulista

Dentro do planejamento do Setor, têm havido reuniões regulares da Diretoria. A última aconteceu no dia 22 de maio na casa dos granberyenses Arsenio e Rose. Além dos momentos alegres de confraternização, a reunião tratou e encaminhou todos os itens da pauta. Em destaque, os eventos da celebração dos 15 anos do Setor, em agosto. Todos os membros da Diretoria estiveram presentes. A próxima reunião será no dia 23 de junho na casa do Elias/Sylvana.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lembranças - Ulysses Panisset

Depois de receber uma cópia do Boletim Granberyense Nº 01-2010, o granberyense Ulysses Panisset encaminhou ao presidente do Setor Sudeste Paulista uma carinhosa mensagem, que transcrevemos aqui.

"O Granbery é mesmo uma instituição de um carisma especial. Impressiona ver que o tempo passa, mas não passa o amor, de todos que por ali passaram, ao grande "Gigante Branco de Olhos Quadrados", como o chamou o saudoso pastor metodista José Sucasas Jr., inspirado pregador e admirável poeta.
Sempre digo que o Granbery faz parte muito especial de tudo que consegui fazer ao longo da vida. O DNA da querida escola corre nas minhas veias. Por incrível que possa parecer, mesmo hoje, aos 84 anos de idade, ainda sonho (sonho de verdade, mesmo) com aquele inesquecível EDUCANDÁRIO, assim mesmo, com todas as letras maiúsculas!
Embora fluminense de nascimento, fui muito cedo para Juiz de Fora (menos de dois anos). Meu querido pai voltava para trabalhar ali, onde estudara, a convite do Doutor Walter Harvey Moore, o amado Mister Moore. Desde então, gravitei em torno daqueles imensos terrenos, que abrigavam os prédios, os campos de esportes, e que tomavam, praticamente, todo um bairro da Manchester Mineira. Tudo aquilo era uma espécie do quintal da minha casa.
Costumo dizer que, ainda agora, sou capaz de lembrar de cada pormenor das edificações, de cada recanto da inolvidável escola.
Emociono-me quando me dedico a essas doces e indeléveis lembranças.
Abençoados sejam os fundadores do nosso Granbery. Abençoados os que o dirigiram ao longo dos tempos e o fizeram estar chegando aos gloriosos 121 anos de existência. Abençados seus professores, funcionários e alunos de todas as épocas, coautores de sua maravilhosa história. Abençoados sejamos todos nós, que, de alguma forma, contribuimos para que, nesses 121 de fecunda existência, pudéssemos continuar nos orgulhando "desta casa que o nome nos dá"!"

Encontro com a Associação Nacional dos Granberyenses - ANG

No último dia 3 de maio realizou-se um excelente encontro do Setor Sudeste Paulista com a ANG. Na ocasião foi apresentado o planejamento do Setor e discutidas formas de integração entre os dois segmentos. Agradecemos o apoio integral da ANG.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Granbery - 120 anos

Elias Boaventura
Julho/2009

Tenho convivido com inúmeras instituições escolares em todos os níveis de ensino: umas estatais, algumas comunitárias, além de muitas confessionais; mas entre elas, não encontrei nenhuma mais amada que o Instituto Granbery, localizado em Juiz de Fora.Há nos ex-alunos do Granbery, que não se consideram em hipótese alguma, ex-granberyenses, uma extraordinária força de pertencimento, que sobrevive até os nossos dias.
Este pertencimento pode ser verificado ainda em tempos recentes na força da Associação Nacional dos Granberyenses, formada por ex-alunos e que atua por intermédio de seus muitos núcleos no País, pelas visitas que o Colégio recebeu de alunos formados há mais de meio século como Odilon Nogueira de Matos, Moacir Borges, Messias Amaral dos Santos – o Papinha (já falecidos); e tantos outros que ainda hoje não deixam de visitá-lo como o ex-presidente Itamar Franco e Vanda Morais de Almeida, formados há mais de meio século; e que, ainda, freqüentam suas reuniões.
Este sentimento, preexistente ao próprio Granbery, manifesta-se de modo mais forte no “Espírito Granberyense”, mais claramente explicitado por Mr. Moore, Reitor muito amado, que o revelava plenamente pelo seu modo de ser e agir.
Estudiosos da “Casa” têm mencionado as dificuldades de explicar o fenômeno, mas arriscam a menção de fatores responsáveis por ele; entretanto tentam responder a questão. Por que o Colégio se fez tão amado? De onde vem este extraordinário pertencimento?
Em primeiro lugar consideram o forte internato, que funcionou por mais de meio século como grande família alternativa. Neste internato a Direção se fazia muito amorosa, cuidando dos alunos e; mais tarde, das alunas, como filhos e filhas.
Nele todas as atividades eram regidas pelo badalar do sino, que como dizia seu hino “... aqui dirige todos, pensando que é Reitor”.
Por outro lado fortaleceu o pertencimento a existência de um corpo docente muito bem preparado, residente no “campus” e cercanias, contratado em tempo completo, que operava como orientador permanente dos alunos.
Estes professores, que lecionavam na parte da manhã, muitos deles permaneciam à tarde, facilitando ao extremo as conversações com os internos, que saudosos, ainda hoje mencionam figuras como Martha Waltemberg, Agenor Pereira de Andrade, Nilo Ayupe, Irineu Guimarães, Paulo Henriques, Irene Montes, bem como tantos outros, não menos notáveis, nem menos amados.
Além deste fator muito forte ocorriam iniciativas extra-classe, que divulgavam os fundamentos inspiradores das ações, provocavam o congraçamento dos participantes e o desenvolvimento da criatividade.
Nestas atividades merecem destaque os animados grêmios literários, o escotismo, a associação teatral orientada por Irene Montes e as assembléias diárias com os estudantes, sempre muito inspiradoras e zelosamente trabalhadas pela Direção.
O Granbery funcionava de fato como uma pequena cidade em que os alunos usavam talões de cheques internos oferecidos pelo Colégio, fazendo suas compras normalmente como se faz no mercado.
De todas estas atividades, a vida esportiva, mais acentuada à tarde, ocasião em que o “campus”, com seus muitos campos de futebol e quadras se transformava em uma movimentadíssima praça de esporte com a prática das mais variadas modalidades esportivas.
As atividades do Granbery eram todas encimadas por chamativos slogans, como “Verdade e Perfeição”, “Mens sana in corpore sano”, “granberyenses não vaiam”, “ordem é progresso”, etc.
Os granberyenses da época se orgulhavam de frequentar uma escola alegre onde se tentava viver liberdade com responsabilidade, onde com voz embargada contavam o Hino Granberyense, o G de Ouro, O Sino Granberyense, e muitas outras canções.
Embora a instituição fosse marcadamente confessional os alunos gozavam de completa liberdade religiosa, recebendo incentivo para freqüentar as igrejas a que pertenciam..
É por tudo isto que em todos nós que passamos pelo “Gigante Branco”, mora uma doida saudade, que até agora nos faz chorar de alegria, provoca arrepios e uma vontade enorme de reviver tudo outra vez e cantar em alto e bom som suas belas e proféticas canções, que apesar dos longos anos, até hoje fazem sentido, como o hino do Sino Granberyense que diz:
“Quando um dia terminado,
Nosso estudo feito aqui.
Sino bom, quanta saudade,
Quanta saudade de ti!
Todo dia, sem cessar,
Sem jamais me fatigar,
Hei de sentir a falta,
Das vezes que te ouvi.”
Pois é meu Sino! Neste momento em que escrevo, sinto a tua ausência que dói demais. Recuso-me a ser ex-granberyense e até mesmo ex-aluno.
Saí do Granbery, mas Ele nunca saiu de mim. Sinto que a ele pertenço e me transformei em um profundo poço de saudades.

Elias Boaventura é granberyense e foi Reitor da UNIMEP (1978/1986)