sexta-feira, 25 de julho de 2014

90 anos de história - 1922-2012 (3)

II - A CAMINHADA DA ASSOCIAÇÃO SOB A LIDERANÇA DOS PRESIDENTES

Mandato: 1922-1925; 1953-1954
Presidente: Benjamim Colucci
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Dado o nome de John William Tarboux ao anexo do prédio Granbery. Em 1924 cantou-se pela primeira vez o Hino Granberyense (5), na reunião de 1925, nasce a Academia Granberyense de Letras que se reuniria por apenas três vezes; de 1989 a 1925, dos 2.889 alunos registrados, foram cadastrados 1.881 para iniciar a captação de recursos destinados à construção do Prédio Lander. Nessa primeira grande obra, realizada com a participação da AG, foram instaladas a Sala do Granberyense e a Hospedagem para os visitantes. A sala só seria inaugurada em 1993.
Em 20 de março de 1924 morre John McPhearson Lander, o primeiro reitor do Granbery, em Palmyra (Santos Dumont), onde estava em tratamento de saúde.



Mandato: 1926 - 1927
Presidente: Moysés Vieira de Andrade
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Intensificou-se a campanha em favor do Memorial Lander, além do empenho em trazer Tarboux ao Brasil, movimento liderado por Odilon Braga, Miguel Timponi, Mário Brant, Josué Cardoso d’Affonseca e João Evangelista Tavares. (6)
Dia 23 de abril de 1927, em cerimônia realizada no Parque Halfeld, foi oficialmente fundada a “Tropa de Escoteiros d’ O Granbery”,(7) iniciativa de Irineu Guimarães.

Mandato: 1928 - 1930; 1947 - 1949
Presidente: Irineu Guimarães
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Coadjuvante de Moore na implantação de ideias avançadas, (8) Irineu foi professor, diretor e reitor do Granbery. Em 1928, a convite da AG, Tarboux, veio ao Brasil. Irineu Guimarães propõe, em sua homenagem, a outorga do título “Tarboux, o maior dos granberyenses.” Durante sua permanência no Brasil prestou importantes trabalhos à Igreja Metodista, na qualidade de Agente Financeiro do Patrimônio do Seminário do Granbery.
Em 1929, os efeitos da recessão mundial comprometeram as campanhas. Tarboux é nomeado o primeiro Bispo da Igreja Metodista no Brasil na “Primeira Conferência Anual”, de autonomia da Igreja brasileira.

Mandato: 1930 - 1934
Presidente: Maurício Murgel
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Criado o Fundo de apoio à Faculdade de Pedagogia, “já em organização no Granbery”. (9) De 1931 a 1934 Benjamim Colucci, vice-presidente, assume a presidência em substituição a Murgel que, após longa enfermidade veio a falecer em 1934. Na reunião de 1934, Irineu Guimarães propõe o dia 8 de setembro para a comemoração do Dia do Granberyense.

Mandato: 1934 - 1938
Presidente: José Carlos de Moraes Sarmento
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Proposta a reforma estatutária da AG. Moore reinicia suas viagens às capitais, para motivar a eleição de diretorias de setores e o reaquecimento das campanhas. Em 1934, por proposta de Leopoldo Murgel, cada granberyense manteria a flâmula do Granbery em sua residência. Derly de Azevedo Chaves proclama: “Os verdadeiros construtores da grandeza do Granbery são aqueles que com ele cooperam e que por ele lutam”. Em 1934, morrem Cristiano Becker, de tradicional família granberyense, Alípio Gonzaga de Barros, sempre lembrado pelos alunos e Ernesto de Prado Seixas. De 1935 a 1938, foi reiniciada a campanha para a conclusão das obras do Prédio Lander, em especial o Salão Lindenberg, notável espaço, mais conhecido como Salão Nobre, palco de grandes e importantes acontecimentos e das famosas assembleias.
 
Aqui, Maria Helena Terror, em sua fala em 1° de dezembro de 2013, pede licença para fazer um veemente apelo em favor desse espaço que é o Coração do Granbery. Fechado em 1994 pelo estado precário em que se encontrava, e ainda se encontra, uma ameaça às vidas dos alunos, após várias campanhas, até o momento é aguardada a esperada reforma, anseio de todos os granberyenses. Com a venda do “Campo das Moças”, até então espaço de estacionamento, esperamos que pequena parte dos recursos obtidos possa ser canalizada para a reforma. Vamos sonhar forte esse Grande Sonho, com muito empenho! Afinal a emoção é nossa inspiração e a alavanca para grandes realizações. Será que não poderíamos juntar mais essa grande façanha às duas maiores obras da história da AG: a construção do Prédio Lander, em 1940, e a restauração do Prédio Mr. Moore, em 1998? Nosso apelo faz lembrar o idealista Irineu Guimarães e sua inesquecível quadra que gostava de repetir:

Sonha que o sonho tem força,
mesmo sendo uma quimera.
O sonho acaba fazendo
aquilo que a gente espera.

Em 2 de abril de 1935, Josué Cardoso d’Affonseca foi nomeado por Getúlio Vargas membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) (10), “Conselho este encarregado de elaborar o plano nacional de educação até 15 de maio próximo futuro”. Em julho deste mesmo ano, Mr. Moore, Moysés de Andrade e Josué são recebidos pelo presidente Getúlio Vargas na Fazenda São Mateus, em Juiz de Fora. (11)
Em dezembro de 1937, Sarmento é eleito representante da AG no Conselho Superior. Irineu Guimarães deixa o Colégio Piracicabano e assume a vice-reitoria do Granbery, em 1938. (12)

Mandato: 1938 a 1941
Presidente: Justino de Moraes Sarmento, irmão do antecessor.
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Nesse período o Prédio Lander é concluído e são tomadas providências para a comemoração do Cinquentenário, cujo marco é o vitral comemorativo, instalado junto ao patamar da escada para o Salão Nobre. O vitral em homenagem ao primeiro reitor, John MacPhearson Lander é mais uma prova da capacidade de mobilizar recursos demonstrada pela AG.
Em 1940 morre o ex-reitor John William Tarboux, fato que causou grande pesar pela perda daquele que encontrou a definição de nosso maior sentimento, nossa marca, nossa inspiração: “O Espírito Granberyense”! É instituído o “Prêmio W.H. Moore”, iniciativa de Nilo Campos de Rezende, grande admirador de Mr. Moore. O primeiro agraciado foi Nilton Coelho de Andrade. No ano seguinte, morre Moysés Vieira de Andrade.

Mandato: 1941 a 1943; 1945 a 1946
Presidente: Moacyr Borges de Mattos
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Foram dois os períodos sob a presidência de Borges de Mattos. Ex-aluno, ex-professor, membro da Academia Granberyense de Letras, e primeiro Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora. Sua presença às reuniões da academia deixou saudade, dado ao seu cuidado de sempre levar farta literatura sobre os temas em pauta, enriquecendo sobremaneira as reuniões.
Em 1941, Mr. Moore saiu de férias para os Estados Unidos. Sua ausência se fez sentir e culminou com o arrefecimento das realizações da Associação. No entanto, continuaram as campanhas em favor de granberyenses necessitados. A viúva de Jurandir Monteiro, ex-professor, foi amparada pela Associação.
Em 1943 morre Jorge Luiz Becker, (13) o primeiro pastor formado pela Faculdade de Teologia do Granbery. Granberyenses são convocados pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) (14).

Mandato: 1944 - 1945
Presidente: Dario de Campos
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Em 1944, com o final da Segunda Guerra Mundial, no retorno dos granberyenses heróis de Guerra, estes foram homenageados pelo Granbery e pela AG.
Mandato: 1945 a 1946
Presidente: Moacyr Borges de Mattos
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Continuidade de suas dinâmicas ações. Concessão do Prêmio W.H. Moore ao acadêmico Kleber Halfeld em 1946.

Mandato: 1947 - 1949
Presidente: Irineu Guimarães (2° mandato)
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Em 1947 é concedido o Prêmio W.H. Moore a Onésimo Azara Pereira, grande doador do FLG e incentivador das campanhas. Em 1948 o prêmio coube a Sebastião Marsicano Ribeiro, que veio a ocupar o cargo de Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Mandato: 1949 – 1950
Presidente: Leopoldo José de Souza
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Fundado o “Centro Granberyense de Juiz de Fora”. A crise mundial pós-guerra afetou a Instituição causando dificuldades financeiras e de liderança. Em consequência a AG sofre o impacto da desmotivação. Na ausência do presidente, assumiu o vice, Acyr Azevedo de Moraes. Em 1949 o prêmio W. H. Moore destaca Luiz Roberto Tostes, residente no Rio de Janeiro.

Mandato: 1950 a 1952
Presidente: Acyr de Azevedo Moraes
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Acyr, inesquecível e estimado professor de desenho! Em 1951, a volta de Mr. Moore representou um novo alento para a Associação e para o Granbery. As campanhas foram aquecidas. Do Rio de Janeiro chegou a participação de Norival Silva, ao mencionar a volta do “Espírito Granberyense”.
Mr. Moore anuncia a criação do Fundo da Lealdade Granberyense (FLG), para resolver a crise financeira atribuída aos gastos com as comemorações do cinquentenário, crise essa sanada com a venda de terrenos, doações de granberyenses, do ex-reitor William Bowman Lee, (15) e de amigos da Carolina do Norte. No fim do ano a crise estava superada. A dívida com o Colégio Bennet foi paga com a captação de recursos no setor Rio de Janeiro.
Em 1950, a concessão do prêmio W.H. Moore coube à admirável declamadora Naja Nacur, a primeira moça agraciada. Em 1951 o premiado foi Alonso Fávero Kopke, residente em Belo Horizonte.

Mandato: 1952 - 1953
Presidente: Oswaldo Pereira
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Resolvidas as questões financeiras citadas reinicia-se a publicação do jornal O Granberyense com recursos do FLG, que passa a acumular recursos para a construção da piscina.

Mandato: 1953 - 1954
Presidente: Benjamim Colucci
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Em seu segundo mandato Colucci deu continuidade às suas ações.

Mandato: 1955 - 1959
Presidente: Irene Montes
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Seus contemporâneos se lembram de Irene Montes, saudosa professora de desenho e artes e a primeira tesoureira do FLG. As mensagens com as quais iniciava suas aulas eram verdadeiras lições de vida.
Entre os festejos da Semana Granberyense de 1956, a concessão do prêmio W. H. Moore coube à Maria Helena de Azevedo Nogueira recebido das mãos do querido Reitor, na noite de 8 de setembro. Foi a última participação de Mr. Moore na cidade antes de sua partida definitiva para a sua terra natal, fato que marcou indelevelmente a vida da agraciada.
Uma caravana de granberyenses o acompanhou. Como última homenagem foi lhe oferecido um jantar no Clube Ginástico Português, e todo o mobiliário necessário para a sua moradia nos Estados Unidos, além de muitos presentes embarcados no navio às ocultas para evitar que ele, com sua modéstia, os recusassem. Em sua partida, o insigne mestre levou consigo muita saudade, e deixou nos corações dos granberyenses o vazio de uma grande perda, pois, para todos nós, Mr. Moore é sempre insubstituível!
Em 1957 o prêmio destacou Julimar Matta Camargo, filha do saudoso Júlio Camargo, professor de geografia. Em 1959 o premio coube àa Lúcia Campos Lima, filha da querida diretora, Maria Helena de Campos Lima.
A partir de 1956 inicia-se um período de declínio nas relações do Granbery com seus ex-alunos. Esvaiu-se a consistência das ações estimuladoras do “Espírito Granberyense”. A partir de então, os reitores que se seguiram mostraram-se resistentes às políticas de Moore para os ex-alunos.
A demissão drástica de Irineu Guimarães, em 26 de março de 1958, afasta o último carismático capaz de dar continuidade aos ideais granberyenses originais. No entanto, o Espírito Granberyense perdurou pelas ações dos presidentes dos setores. Estes, juntamente com os dirigentes da AG Nacional, mantiveram as comemorações nos setores e, às suas expensas, as comemorações da Semana Granberyense.

Mandato: 1960 - 1964
Presidente: José de Freitas e Silva
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Em 1960, a concessão do prêmio W.H. Moore coube a Dirceu Machado, que veio a ser diretor da Faculdade de Engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos presidentes do setor Rio. Em 1961 o prêmio foi outorgado a Regina Maria Costa Dacorso, filha do saudoso professor Ítalo Dacorso, coordenador por longos anos do Departamento de Esportes. Ainda em 1961 morre Walter Harvey Moore.
Em 1962 o W. H. Moore foi entregue para César Augusto Vieira de Queiroz, hoje residente nos Estados Unidos e sempre envolvido pelo Espírito Granberyense.
A partir de 1987, Freitas, um dos fundadores, passou a dirigir a Academia Granberyense de Letras. Dinamizou as atividades da Academia e criou o medalhão e o diploma. Mas sua contribuição à cultura da cidade também foi marcante, pois durante anos esteve à frente da Orquestra Sinfônica de Juiz de Fora. Freitas sempre teve ao seu lado sua esposa Carminha, ex-professora do Granbery.

Mandato: 1965 – 1969; 1971 – 1975; 1988 - 1992
Presidente: Aloysio João Fellet
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Fellet, ex-aluno, ex-professor e membro da Academia Granberyense de Letras, foi o presidente que ocupou o cargo por maior tempo em vários períodos. Sua gestão é digna de aplausos pelas incontáveis realizações.
Na década de 1960, com a participação de seus colegas de diretoria, e pela confiança inspirada no seu nobre caráter, conseguiu levantar fundos para a realização do sonho de Mr. Moore: a construção da piscina. Sonho esse concluído em 1998 ao financiar o aquecimento do parque aquático do Departamento de Esportes, altamente valorizado desde então. Deu continuidade à Revista Granberyense, entre outros feitos.
Durante seus diversos mandatos sempre manteve as confraternizações na Semana Granberyense, não deixando nunca apagar a “Chama do Espírito Granberyense”. Em Aloysio, a AG sempre encontra o amigo para causas beneméritas. Estamos homenageados com a sua presença a essa comemoração do dia 1º de dezembro de 2012.

Mandato: 1970 - 1971
Presidente: Rolf Pery Curt Benda
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Ex-aluno, membro da Academia Granbeyense de Letras, sempre emprestou seu apoio às causas granberyenses. Lutou pela implantação do Museu Granbery, mas não logrou êxito. Apesar das dificuldades manteve a edição da Revista Granberyense e o grande encontro na Semana Granberyense. Dois concursos foram por ele incentivados: o concurso de cartazes da Semana Granberyense e o concurso da Capa da Revista Granberyense. Também na sua gestão o primeiro troféu - A ampulheta dourada - a ser entregue ao professor mais idoso da Instituição. Foi criado pela arte de José Carlos Caruso Imbroise. Nas solenidades mais marcantes, Rolf sempre empresta sua elegância e sua sabedoria, nosso notável Mestre de Cerimônias. Participou por longo período do Conselho Superior das Faculdades representado a comunidade de Juiz de Fora. Em Rolf Benda as causas da Associação sempre encontram fraternal acolhida. Gratificante merecer sua presença ao evento de 1º de dezembro de 2012.

Mandato: 1971 - 1975
Presidente: Aloysio Fellet
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Após três mandatos, Fellet volta à direção para notáveis realizações. Em 1971 ocorre a concessão do prêmio W. H. Moore a José Carlos Caruso Imbroise, que em 1993 elaborou o aplaudido projeto para o Parque Ecológico, onde valiosíssimas aulas foram ministradas em meio à natureza aos alunos no período 1993 a 2001. Em 1975 Irineu Guimarães é homenageado pelo governo de Juiz de Fora com o “Mérito Comendador Henrique Guilherme Halfeld”.

Mandato: 1976 - 1978
Presidente: Augusto Vieira de Moraes
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Augusto caminhou na mesma linha de atuação de seu antecessor.

Mandato: 1778 - 1980
Presidente: Amin Nagle 
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Inspirado no Espírito Granberyense, Amin emprestou seu indispensável apoio às causas do seu Granbery.

Mandato: 1980 - 1983
Presidente: Francisco Romanelli
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
De família granberyense, Romanelli deu continuidade à trajetória de ações de Aloysio, Aloísio, Rolf e Amin.

Mandato: 1984 – 1985
Presidente: Pedro Albano Fernandes
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Mais um dedicado granberyense na mesma linha de apoio à Instituição dos seus antecessores. Em 1984 morre Irineu Guimarães e no ano seguinte, Thomaz Bernardino.

Mandato: 1986 - 1987
Presidente: Atalla Bittar
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:  
Atala emprestou seu empenho às causas de sua Associação e de seu Granbery, incentivando a publicação da revista e as confraternizações anuais.

Mandato: 1988 - 1992
Presidente: Aloisio Fellet
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Em seu quinto mandato, deu continuidade às ações de seus antecessores.
Em 1990, é comemorado o Centenário da Instituição, com vários momentos de uma inesquecível celebração. Lançado o Selo do Centenário, iniciativa do vice-presidente da República Itamar Franco. Gestão do Reitor Henrique Pinto dos Santos.

Mandato: 1992 - 1999
Presidente: Maria Helena de Azevedo Nogueira Terror
Principais fatos ocorridos durante a sua gestão:
Quando morava no Rio de Janeiro, o casal Maria Helena e José frequentava as reuniões do Setor Rio. A partir de 1980, Maria Helena espelhou-se no entusiasmo e na grandeza do Espírito Granberyense, do saudoso Célio Evangelista e do grupo seleto de amigos que o apoiava nas inesquecíveis e prestigiadas reuniões do setor. Imensurável o sentimento que nutria pelo Granbery e suas beneméritas causas. Impossível não abraçá-las e delas não compartilhar.
Em 1992, já residente em Juiz de Fora, foi eleita presidente com o empenho da diretoria do setor Rio, na época dirigida pelo colega de turma, Tércio de Castro Rocha, e com a aprovação do então reitor Henrique Pinto dos Santos, que andava preocupado com a Associação Nacional.
Um fato auspicioso estava reservado para o Granbery. Itamar Franco assumiu a presidência, após o impeachment de Fernando Collor de Mello, de forma interina entre outubro e dezembro de 1992 e em caráter definitivo em 29 de dezembro de 1992 a 1994. Itamar procurou realizar uma gestão transparente, algo tão almejado pela sociedade brasileira. Em seu governo foi elaborado o mais bem-sucedido plano de controle inflacionário da Nova República: o Plano Real. Itamar não se esqueceu de seu Granbery e dos valores recebidos no Colégio. Em sua vida pública, jamais lhe foi imputado qualquer deslize ou traço de corrupção.
Ainda na gestão de Henrique, a presidente foi recebida com atenção e gentileza pela notável granberyense Magda Vargas Chifarelli, o que ocorre hoje ainda. Grande e continuado reconhecimento. Na época, Maria Helena conscientizou-se da imensa responsabilidade assumida e só aceitou o cargo ao receber o declarado apoio do sempre colega de turma dos contabilistas de 1955, companheiro de toda uma vida - seu marido José -, compartilhando com ela o encargo e emprestando seu inegável talento ao atendimento das demandas que as questões requeriam.
Essas demandas se multiplicaram quando da chegada do Reitor Arsênio Firmino de Novaes Netto em 1993, indicado para a reitoria, pelo sempre amigo das causas granberyenses, o ex-aluno Almir de Souza Maia,(16) visivelmente preocupado com o grave momento em que estava mergulhado o seu Granbery. Arsênio, liderando todas as ações, convocou a presidência local e de pronto recebeu o irrestrito apoio de toda AG consciente do crucial problema. Primeira providência da recém-empossada: reunir os presidentes dos setores e reaquecer o Fundo da Lealdade Granberyense. Nessa época, a AG assumiu vários compromissos e conseguiu realizá-los graças ao apoio de toda família granberyense e à confiança depositada nos firmes propósitos de reerguer a Instituição, mergulhada em dívidas e tendo seu conceito deveras abalado em toda cidade.
Almir de Souza Maia foi reitor da UNIMEP, diretor geral do IEP, membro do Conselho Diretor do Instituto Granbery, presidente do Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (COGEIME), fundador da Associação Latino-Americana de Instituições Metodistas de Educação (ALAIME), e membro da International Association of Methodist Schools, Colleges & Universities (IAMSCU), entre outros cargos.
No período, fez-se presente a força do Espírito Granberyense e o carisma de Mr. Moore, sempre inspirando a todos com seu exemplo de coragem, força, esperança e fé, na busca de soluções para o “seu Granbery”, expressão sempre presente em nossa memória. O recém-chegado reitor, mergulhado nos ideais granberyenses, inaugurou a Sala do Granberyense, centro de intensa atividade, agregando o trabalho voluntário de granberyenses inspirados em participar das beneméritas ações.
Com o fechamento do Salão Nobre, em 1994, foi construído o Auditório Vittorio Bergo (projeto e cálculo de José Terror), equipado com cadeiras de um cinema desativado, adquiridas por iniciativa do setor Rio. A inauguração ocorreu com a presença do patrono. Um momento histórico. Indescritível a emoção de recordá-lo. Em 1996, o prof. Bergo voltou ao seu Auditório para proferir a palestra “O verbo depoente”. Extrema lucidez aos mais de 90 anos de idade!
No continuar das ações, mais realizações. Com projetos de José Terror sucederam-se: a renovação do Pátio da Árvore, do pátio 5, a instalação do Museu Granbery, no Prédio Tarboux, posteriormente transferido para o Prédio Granbery, antigo Salão Nobre. A criação do Museu contou com a participação de Ernesto Giudice, Rosinha e Kika. Com a liderança do reitor Arsênio, a criação do Parque Ecológico, com empenho das professoras do ensino fundamental. Mais um belo projeto de José Carlos Caruso Imbroise, diretor do SESC Campestre. O Parque, assiduamente frequentado pelos alunos, lá recebiam aulas de ciências e história natural. Em 1998, a maior vitória: após cinco anos de captação de recursos, a restauração do prédio da antiga Escola Bíblica, renomeado de Prédio W. H. Moore, com projeto e supervisão do arquiteto Silas Raposo, após pesquisa histórica. As obras do restauro foram realizadas com extraordinária dedicação pelos funcionários da manutenção do Granbery, liderados por Ernesto Nogueira Vilela, detentor do Título da Ordem do Mérito Granberyense.
O Ensino Médio passou a funcionar no prédio restaurado. Alunos foram recepcionados na inauguração, em nome da AG, pelo saudoso Papinha (Messias Amaral dos Santos), autor do admirável livro de memórias: Granbery, sua mística e sua história. Em 1993, foi retomada a publicação de O Granberyense, sob a liderança de José de Souza Terror, redator e editor, além de duas tentativas de retomada de “A Torre”.
Criou-se o I e III Encontros Nacionais para trazer os granberyenses mais vezes ao Granbery, inspirado na mensagem do saudoso Adhemar Ribeiro da Silva: “esperar pela Semana Granberyense é como esperar pelo Natal”. A partir de então o granberyense passou a contar com três “natais". Foram criados três tipos de homenagens: o Título da Ordem do Mérito Granberyense, a Chama do Espírito Granberyense e o Título de Granberyense Honoris Causa.
Nomes expressivos sempre serão lembrados, por terem caminhado par e passo com as ações da AG: Magda Vargas Chifarelli, Rosemary Torres Gonçalves, Maria Cristina de Albuquerque Carneiro (Kika), Regina Magna Bonifácio Araújo. Nos finais de tarde esse grupo se reunia na Sala do Granberyense para refletir as dificuldades e planejar ações sempre realizadoras.
Momentos que também deixaram saudade foram os vividos com a presença de Norma Becker Gonzo Lachelle que, durante anos, vinha dos Estados Unidos, às vésperas da Semana Granberyense para emprestar sua arte às comemorações: audições de piano, cursos de desenho e pintura, palestras sobre suas traduções das obras de Shakespeare e Omar Kayan, enfatizadas pela larga vivência adquirida nas viagens que fez a muitos países. Atualmente, Norma, membro da AGLAC, se faz presente pelas assíduas correspondências que nos envia.
A história se repete: em 26 de fevereiro de 1996, foram empossados os novos membros do CNE, em cerimônia realizada no Auditório do próprio Conselho, em Brasília. O Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB) indicou Almir de Souza Maia e o COGEIME indicou Ulysses de Oliveira Panisset, sendo ambos escolhidos pelo Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, para integrarem a Câmara de Educação Básica do CNE (17). Segundo Panisset, “nós, metodistas empossados, tivemos a imensa satisfação de ver o Bispo Adriel de Souza Maia, então presidente do Colégio Episcopal, ser a única autoridade religiosa a compor a mesa que dirigiu o evento” (18) Três granberyenses, portanto, participaram do Colegiado maior da educação (o primeiro foi Josué).
Em julho do mesmo ano, foi criada a Ordem do Mérito Granberyense, com Estatuto e Regulamento próprios, além do livro de registro de títulos, aprovados pelo Conselho Diretor do Granbery. (19) De inspiração de um grupo de ex-alunos, na construção estrutural da Ordem a Reitoria contou com a colaboração direta de alguns deles: Maria Helena, José Terror, Alberto Surerus Moutinho, Jorge Pereira Mesquita, Almir de Souza Maia.
Na Semana Granberyense de 1996, foram agraciados com o Título da Ordem do Mérito Granberyense, Almir de Souza Maia, reitor da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP, e Ulysses de Oliveira Panisset, reitor do Instituto Metodista Izabela Hendrix. (20)
No ano seguinte, receberam o Título: Adriel de Souza Maia, bispo da 4ª Região Eclesiástica, Lauro Timponi e o casal Maria do Carmo e José de Freitas e Silva. (21)
Em 1998, “ingressaram na Ordem do Mérito mais três notáveis”: Adhemar Ribeiro da Silva, Elias Boaventura e José Gomes de Campos. (22)
Ainda em 1998, a Instituição instalou a Faculdade Metodista Granbery (FAMEG). O primeiro curso, Administração de Empresas, passou funcionar em 1999 (23), um grande passo para a retomada do sonho universitário. Martha Guerra (24) foi eleita representante da AG no Conselho Universitário.
Em 1999, o Título da Ordem coube a Paulo Henriques, Messias Amaral dos Santos, Moacyr Borges de Mattos e ao casal Arthur Theodore Peterson e sua esposa, Mariana Allen Peterson, todos inesquecíveis!  (25)
Desde o início de sua gestão, a presidente contou com o apoio de muitos granberyenses que frequentavam a Sala da Associação e não mediam esforços para viabilizar toda a demanda em favor da atualização do cadastro, organização dos encontros granberyenses, planejamento e promoção da grife, apoio ao FLG. Nomes como, Vanda Panisset, Alberto Surerus Moutinho, Dulcenéia Barros de Mello, Joice Castor Alvim Botelho, Ruth e Icléia Halfeld para sempre serão lembrados. Gratidão é a palavra!

(6) Tavares foi secretário do Conselho Superior do Granbery durante 33 anos (1895-1934). ROCHA, 1967, p.137.

(7) A designação atual da “Tropa” é “2º / MG – Grupo Escoteiros Caiuás do Instituto Granbery da Igreja Metodista”.

(8) Além dos avanços institucionais promovidos por Mr. Moore e Irineu, ambos tinham ideais avançados: Mr. Moore era adepto do Evangelho Social e Irineu, do Socialismo. Em 8/jul./1934, Irineu escreveu matéria de primeira folha no Correio de Minas: “Pela República Socialista do Brasil”. NOVAES NETTO, 2004, p. 79-84.
(9) Expositor Cristão, 1934, p. 8.
(10) Josué foi o primeiro granberyense a integrar o CNE.
(11) O Granberyense, 8 de setembro de 1935, p.18.
(12) Livro de Atas do Conselho Superior, n. 2, 6 de dezembro de 1937.
(13) Becker era casado com Eugênia Smith. Tiveram seis filhos. A mais velha, Elsie, foi professora no Granbery. Era mãe de Norma Becker Gonzo Lachelle. In ROCHA, 1967, p.152
(14) Granberyenses que combateram na Itália (1944-1945): Alacyr Frederico Werner, Asdrubal Esteves, Francisco Domingues, Jorge Morais, Juvenal Ernesto da Silva, Márcio Pinto (morto em combate), Miguel Timponio Júnior, Paulo Nunes Leal, Paulo Lindenberg, Pedro Abdala, Sidney Simões e Silva, Valeriano Dias e Walter Reis Ribeiro. NOVAES NETTO, 2004, p.123.
(15) Lee substituiu Lander em suas férias ou licenças, em 1901 e 1903.  
(16) Almir de Souza Maia foi reitor da UNIMEP, diretor geral do IEP, membro do Conselho Diretor do Instituto Granbery, presidente do Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (COGEIME), fundador da Associação Latino-Americana de Instituições Metodistas de Educação (ALAIME), e membro do International Association of Methodist Schools, Colleges and Universities (IAMSCU), entre outros cargos.
(17) ELIAS, 2009, p.159-160.
(18) PANISSET, 2012, p. 83.
(19) O Granberyense, 1996, p.10.
(20) Op. cit., 1996, p.7.
(21) Op. cit,, 1997, p.7.
(22) Op. cit., 1998, p.6.
(23) Portaria N° 1.466, do Ministro da Educação, 1998.
(24) A ex-aluna Martha é professora e pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora.
(25) O Granberyense, 1999, p.4.
 

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